O Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867) foi o primeiro missionário presbiteriano a se estabelecer no Brasil (12/8/1859) - antes dele esteve o Rev. James Cooley Fletcher (1823-1901). Todavia, ele não pregou em português nem fundou igreja alguma, pois esta não era a sua missão, contudo, realizou um trabalho notável.
Simonton, antes de vir para o Brasil, estudara um pouco o português em New York. No entanto, não se sentia seguro, como é natural, para pregar nesta nova e difícil língua.
Nesses primeiros meses de Simonton no Rio de Janeiro torna-se visível a sua angústia por não conseguir aprender o português tão rapidamente como gostaria; ele se ofereceu a algumas pessoas para ensinar o inglês ou outra língua morta, enquanto elas, no caso, ensinariam-lhe o português ou, se não fosse o caso, ele forçosamente aprenderia o português, por ser obrigado a conversar com seus alunos na língua materna deles. Aqui dois personagens devem ser destacados. O primeiro, é o Dr. Manuel Pacheco da Silva (1812-1889), a quem Simonton trouxera carta de apresentação remetida por Fletcher. O Dr. Pacheco era um intelectual, diretor do Externato do Colégio Imperial Dom Pedro II de 1855 a 1872, função que exerceu com competência. Ele era amigo de Fletcher e tornou-se amigo, aluno de inglês e confidente de Simonton. No início de seus contatos, o Dr. Pacheco ofereceu-se para ajudá-lo do estudo do português e Simonton retribuiu a oferta para o estudo do Hebraico. Foi ele quem apresentou Simonton ao segundo personagem, que destaco; o Dr. Teófilo Neves Leão, que era Secretário da Instrução Pública, o qual "prometeu ajudá-lo a conseguir uma licença de professor, necessária para que pudesse legalmente abrir uma escola particular".
Os dois tornaram-se amigos e, em dezembro de 1859, Simonton registra: "Começamos no dia seguinte (a aprender português e a ensinar inglês) e agora vou diariamente a seu escritório às duas horas. É importante ter como professor alguém que tenha bom conhecimento da língua".
Apesar destes esforços, Simonton continuou tendo dificuldade com a língua e, nas duas vezes em que anunciou no jornal a sua disposição de ensinar, não apareceram alunos.
Em 02/01/1860, Simonton mudou de residência, indo morar com uma família que falava o português: "Muitos esforços e orações foram coroados de êxito e moro em casa onde posso ouvir e falar o português (...) Estou bem instalado, mais que esperava em casa de fala portuguesa; já era mais que tempo de saber a língua da terra".
Finalmente, em 22 de abril de 1860, ele começou uma classe de Escola Dominical no Rio de Janeiro, ao que parece na casa do Sr. Grunting, onde havia alugado um quarto para a sua residência, desde 10/4/1860, por um período de quase seis meses. Este foi o seu primeiro trabalho em português. Os textos usados com as cinco crianças presentes (três americanas da família Eubank e duas alemãs da família Knaack) foram: A Bíblia, O Catecismo de História Sagrada e o Progresso do Peregrino, de Bunyan. Duas das crianças, Amália e Mariquinhas (Knaack), confessaram ou demonstraram na segunda aula (29/04/1860) terem dificuldade em entender John Bunyan.
A primeira Escola Dominical organizada em São Paulo pelos presbiterianos ocorreu no dia 17 de abril de 1864, às 15 horas, com sete crianças, sob a direção do Rev. Alexander L. Blackford (1829-1890), que se encontrava no Brasil desde 25/7/1860 e, em São Paulo, desde 09/10/1863. Este trabalho permaneceu e posteriormente o seu horário foi transferido para as 10 horas, sendo seguido de um ato de Culto.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa