Todos os domingos pela manhã, quando chegamos ao templo, recebemos das mãos de nossas simpáticas recepcionistas um exemplar do boletim da igreja. É ele que nos mantém informados sobre as atividades da semana, sobre as escalas, além de nos edificar com as pastorais e nos fazer saber dos irmãos que estão enfermos ou que fizeram aniversário. Os primeiros números de nosso informativo eram produzidos utilizando-se uma velha máquina de escrever, que hoje não passa de uma peça de museu e de objeto totalmente desconhecido das gerações mais novas, nascidas na era da informática. O então seminarista Gesser Borges, que trabalhava na secretaria da igreja, era o responsável pela produção do boletim, cuja matriz era datilografada e depois reproduzida em várias cópias para o povo.
Mas, o tempo passa e as tecnologias vão evoluindo. E veio o computador. Aquele bicho-de-sete-cabeças que ninguém sabia domar. E agora? A máquina elétrica era uma alternativa um pouco mais moderna que a máquina de escrever manual, mas anos-luz distante das incríveis possibilidades de um computador. Tanto que com o tempo ela acabou desaparecendo também. Então, que venha a modernidade!
O primeiro computador de nossa igreja chegou em 1995, pelas mãos do Cláudio Márcio, filho do Rev. João Gomes. Cláudio é professor de Informática e o Conselho convocou algumas pessoas para, em algumas aulas, receber dele as instruções para domar a fera, digo o computador. Eu fui uma dessas pessoas. Confesso que até então não sabia exatamente para que servia um computador e acredito que a maioria dos alunos também não fazia muita ideia da utilidade daquela estranha máquina. Graças à paciência do Cláudio fomos aprendendo, e a nossa igreja finalmente entrou na era da Informática.
Mas a história é sobre o boletim. Consequentemente, ele passou a ser feito através do computador. E aí essa história ganhou um novo personagem, muito importante, o Anderson — que já possuía alguma intimidade com computadores. Consegui um programa de editoração eletrônica chamado PageMaker 5, ideal à época para a produção do boletim. Só que nem Anderson, e muito menos eu, e nem ninguém de nosso meio, sabia mexer no tal programa. O jeito era quebrar a cabeça e começar a aprender. Foi o que fizemos.
Passávamos tardes inteiras na secretaria da igreja “fuçando” o programa para criar o layout do boletim na marra... e conseguimos. Contávamos com a ajuda da Creuza, esposa do Williams, que tinha substituído o Gesser na secretaria, e também com o apoio e incentivo dos saudosos presbíteros Silas e José Mário, que não se importavam com a grande quantidade de papel que gastávamos com os nossos erros e acertos para chegar ao layout ideal. O Zé Mario, que era secretário do Conselho e responsável pelo computador, nos deixava mexer à vontade na máquina, e assim conseguimos dominá-la. Logo depois o meu trabalho secular também foi informatizado, e o aprendizado que tive na igreja me foi de grande utilidade.
Os anos se passaram, e o bicho-de-sete-cabeças virou um grande aliado da igreja na divulgação de seus eventos e no trabalho da secretaria de um modo geral. E o boletim já está chegando à milésima edição.
Joel Vasconcellos